HISTÓRIA DE MURIAÉ

      Muriaé é um município da Zona da Mata Mineira,  possui atualmente cerca de 100 mil habitantes distribuídos entre a sede e os distritos de acordo com o último censo do IBGE. De grande importância econômica, vem despertando para as questões patrimoniais nos últimos anos, o que tem lhe rendido um grande destaque no cenário cultural da região.


O Sertão de Muriaé já era objeto de incursões periódicas por parte de herboristas e traficantes provenientes da Vila de São Vicente de Campos pelo vale dos rios Muriaé e Itabapoama em busca de ervas e animais que culminaram com o aldeamento e a catequese dos índios da região.  
Guido Marlière
Catequese dos Puris 

Ao fim de 1813, Guido Thomaz Marlière chega a São João Baptista do Presídio enviado pelo Conde de Palma, governador da Capitania de Minas Gerais com a delicada missão de pacificar as questões entre portugueses e índios. O sucesso de sua missão foi tão grande que foi nomeado “Diretor Geral dos Índios da Freguesia de São Manoel do Rio Pomba (atual Rio Pomba), São João Baptista do Presídio e Aldeias anexas”. Graças à ele, Muriaé adquire os primeiros influxos de civilização ao lidar com os puris, sente a necessidade de aldea-los em ponto estratégico que fosse ao mesmo tempo útil aos índios e a defesa da província contra os avanços dos campistas que subiam o rio Muriaé.
Marlière vivia com a família em sua fazenda na Serra da Onça próximo a São João Baptista do Presídio quando veio a falecer em 1836. Durante toda sua jornada a região inóspita do Rio Doce e toda a Zona da Mata foi devassada e tornou-se conhecida pelos núcleos de povoação por ele fundados: Ubá, Visconde do Rio Branco, Guidoval, Guricema, Astolfo Dutra, Mirai ... entre outras.
O rio Muriaé, era conhecido por exploradores da Capitania vizinha meio século antes da chegada de Constantino Pinto, que aqui chegou em 1819 pelas margens dos ribeirões João do Monte e Robinson Crusoé (formadores do rio Muriaé) para aldear os índios e lançar as bases da povoação de São Paulo do Manoel Burgo. Pinto, nascido em 1784 em Barbacena, residia em São João Baptista do Presídio (atual Visconde do Rio Branco) quando Marlière o chamou para a missão de civilizar os índios. O aldeamento teve início com a demarcação das terras destinadas as plantações para o sustento dos indígenas em documento de 3/9/1819. Sua missão durou aproximados 30 anos, quando contrariado com divergências surgidas no aldeamento retira-se para sua fazenda em Patrocínio do Muriaé.

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